Como Colégio da Companhia de Jesus, o Colégio S. João de Brito procura formar homens e mulheres que saibam viver com entrega e discernimento, ao serviço dos outros. Para tal, a Pastoral é o tronco nuclear da nossa formação, sendo desenvolvida em dois níveis paralelos, que consistem, por um lado, no cuidado com que todos os educadores são chamados a promover o projeto cristão do Colégio junto dos alunos (e nesse sentido, todos os educadores são agentes de Pastoral) e, por outro, nas atividades organizadas pela Equipa da Pastoral, direcionadas para o desenvolvimento integral de cada aluno.
Essas atividades específicas podem ser obrigatórias ou de inscrição voluntária e procuram desenvolver os eixos espiritual (na dimensão mais alargada da interioridade e na mais especificamente cristã), comunitário e pessoal.
Assim, ao longo do seu percurso pelo Colégio, dos 3 aos 18 anos, cada criança e jovem que connosco cresce verá o seu caminho enriquecido por atividades, propostas e um estilo de vida e de relação que aqui se cultiva, para que possa desabrochar plenamente nestas três dimensões da pessoa. Como é que isso se processa?
Passo a passo, começando pelos mais pequenos:
_Quem é que inventou a vida?
Quem é que vestiu as flores?
Quem encena o pôr-do-sol?
Quem é que inventou as cores?
Quantas vezes bate o coração
Sem nunca depender de mim?
Quem é que sou para Ti,
Para gostares de mim assim?_
Para cada ciclo de ensino, a abordagem é pensada para ser o mais adequada possível ao perfil que encontramos nos nossos alunos, nessa fase. No Jardim de Infância, a intervenção procura promover a descoberta da interioridade e de uma relação pessoal com Jesus, a partir dos próprios conteúdos curriculares que as crianças estão a desenvolver (exº. os sentidos), de histórias da Bíblia trabalhadas com elas e dos momentos litúrgicos. Logo a partir desta fase, os alunos habituam-se, também, a começar o dia sempre com uma oração – algo que permanecerá ao longo de todo o percurso escolar, até ao 12º ano – como convite a parar, fazer silêncio e refletir, entrando em diálogo consigo próprios e com Deus.
No primeiro ciclo, a essa dimensão espiritual e ao sentido comunitário da celebração dos tempos litúrgicos, junta-se a preparação para o sacramento da Comunhão, com o início da catequese como atividade curricular. Já no segundo ciclo, a catequese deixa de ser curricular e passa a ser uma proposta de adesão voluntária, em que se trabalha a dimensão espiritual da relação pessoal com Jesus, em complemento com as aulas de Religião, obrigatórias para todos e que seguem um programa de conteúdo mais religioso. Introduzem-se nesta fase os dias de reflexão, vividos em turma, em que a interioridade é também trabalhada com todos, bem como os campos de férias (Campinácios) que são um marco transformador na vivência espiritual e comunitária de muitos alunos.
O 3.º ciclo começa com o 7º ano a fazer a Profissão de Fé e a ter, pela primeira vez, a experiência de um retiro de dois dias, algo que será proposto todos os anos a partir daí, com temas pensados de acordo com as idades. Esses retiros de fim-de-semana são sempre oportunidades de desligar o telemóvel, cortar com a rotina do dia a dia, aprender a rezar, virar-se para o serviço da comunidade, aceitar a diversidade e desenvolver os próprios talentos com criatividade.
A partir do 8.º ano, a catequese passa a ter o formato de GVX (grupos de vida cristã), com reuniões quinzenais viradas para a partilha de vida, o que se manterá no Secundário, para desenvolver o hábito crescente de uma vida discernida:
_Mostra-me, Senhor,
Teus caminhos, Teus caminhos
Para que eu queira fazer
Só o que for a Tua vontade._
Nesse último ciclo, volta a haver um foco na preparação para um sacramento, neste caso, o Crisma, com dois retiros de fim-de-semana, no 10º e no 11º ano. Começam as atividades intercolegiais, como a Peregrinação, que tem a adesão de metade dos alunos do secundário e que é, para alguns deles, o grande momento de descoberta da oração silenciosa, em harmonia com a natureza e com grande oportunidade de discernimento. Há, ainda, atividades mais exigentes em termos de vivência religiosa, como a Páscoa Inaciana, a Caravana ou o TEAR, podendo no final do Secundário um aluno ter tido múltiplas ocasiões para desenvolver uma relação íntima com Jesus, que lhe permitirá, na sua vida adulta, avançar para a prática de Exercícios Espirituais ou outras propostas da Igreja.
_E a vida não vai parar
Vai como o vento
tens tudo a dar
não percas tempo
Podes saber que vais chegar
Onde Deus te levar_
É reconhecendo este chamamento, e disponíveis para servir, que muitos alunos, ao sair do Colégio, não deixam de ser parte da dinâmica da Pastoral. Com efeito, todos os fins de semana da Pastoral são animados por antigos alunos que regressam para retribuir o tanto que receberam, passando o testemunho aos mais novos. A colaboração ativa na conceção e organização das atividades começa no 11º ano, com os alunos que integram o GRAPA (Grupo de Apoio à Pastoral), mas não termina à partida para a faculdade. Formando-se, no Colégio, como rapazes e raparigas conscientes, comprometidos e generosos, os nossos alunos tornam-se assim “homens e mulheres para e com os outros”, conforme o desígnio desta casa.
_Deus é amor
Atreve-te a viver por amor
Deus é amor_